Meu primeiro ménage

Não foi sempre assim. Eu já fui careta, já achei que era pecado, despudoramento, vagabundice, vulgaridade, promiscuidade e até, pasmem, prostituição.
Tive namorados muito certinhos, comportadinhos. Um deles não passava do papai-e-mamãe. O outro não gostava de cus. O outro não me comia menstruada. Outros faziam todas as posições, mas não eram liberais.
Até que chegou a vez do Gêmeo. Ele me transformou. Primeiro veio com insinuadas, com propostas, com argumentos. Eu achava tudo maluco, distante da minha realidade. Ele propunha sexo a três, falava que eu teria prazer. Eu falava que toda mulher tem a fantasia de ser comida por dois homens e que todo homem tem a fantasia de foder com duas mulheres, mas que era só fantasia. Ele falava para eu ultrapassar essa visão, para fazer. Aceitava que fosse com dois homens, não tinha importância.
Me passava pela cabeça, mas eu tinha medo. Educação católica é de matar nossos desejos. Repressão é tudo e não precisa de ditadura.
Foi preciso conversar muito, deixar de lado meu ciúmes, entender como seria, imaginar o prazer. O Gêmeo esperou bastante, teve paciência. Brigamos feio muitas vezes, falamos grosserias, fizemos questão de não entender o outro. Com o tempo, crescemos juntos. Acabaram as brigas ou diminuíram.
Convencida de que seria bom, de que ele não ia me amar menos, de que eu seria sempre a primeira, a principal, a preferida, aceitei sair com mais um homem.
Meu primeiro ménage não foi tão bom assim. Eu tremi nas bases, pensei em desistir, não relaxei. Quase me embebedaram para eu entrar no clima. Mas que gozei, gozei!
E quis mais. A partir desse primeiro quase destruidor, quis experimentar mais. Não sempre. Foi tudo com tempo, com paciência. Fazia um ménage e ficava três meses sem vontade de outro.
Passei a fazer com casais, a gostar de swing. Depois com mulheres. Homem adora ver duas mulheres se pegando, se masturbando, se dando prazer. Aí os casais aumentaram, virou orgia. Com malícia, posso dizer que tudo ficou bom!
Mas o sexo em casa ainda é o melhor. Transar com mais gente pode ser de enlouquecer, de subir pelas paredes, mas transar com um só, aquele que se ama, ainda é o mais gostoso, o mais completo. Ele faz todas as posições, inventa novas, aceita as que eu invento, realiza fantasias e me come com outras pessoas. É tesão puro.